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França vai produzir leguminosas para reduzir dependência da soja brasileira


Governo e o setor privado francês se comprometeram nesta terça a aumentar em 40%, em 3 anos, as áreas destinadas ao cultivo de plantas ricas em proteínas. França quer reduzir dependência da importação da soja do Brasil
Divulgação
O governo e o setor agrícola privado da França se comprometeram nesta terça-feira (1) a trabalhar para aumentar em 40%, em três anos, as áreas destinadas ao cultivo de plantas ricas em proteínas.
O objetivo do chamado “plano de proteína vegetal” é reduzir a dependência da soja importada, principalmente do Brasil, estreitamente ligada ao desmatamento.
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Esta é uma etapa “intermediária”, detalhou o ministro da Agricultura francês, Julien Denormandie, em entrevista coletiva. Ele recordou que, anteriormente, o governo já havia fixado a meta de dobrar a área cultivada em dez anos.
“Hoje temos 1 milhão de hectares dedicados ao cultivo de oleaginosas (canola, girassol, linho) e leguminosas (soja, ervilha, vagem, lentilha)”, especificou. Nos próximos três anos, essa área deve aumentar em 400.000 hectares até alcançar, gradualmente, 2 milhões de hectares em 2030.
Os produtores franceses assinaram um tipo de “carta de compromisso”, na qual prometem respeitar essa meta em troca de uma ajuda financeira de 100 milhões de euros, que será financiada principalmente pelo plano de relance pós-pandemia.
O “plano de proteína vegetal” é considerado “um tijolo importante” no “edifício do renascimento em termos de soberania agroalimentar”, declarou Denormandie.
Soja transgênica e desmatamento
Hoje, metade das proteínas vegetais para ração animal utilizadas na França é proveniente de importações.
O país importa a soja transgênica dos Estados Unidos ou do Brasil, onde ela é conhecida por seu papel no desmatamento de áreas da Amazônia e do cerrado. Por conta disso, a França reiterou em setembro sua oposição ao acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul da maneira como foi elaborado e considera o desmatamento na região amazônica um problema “maior” das negociações. 
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Além disso, a França se comprometeu em 2018 a pôr fim até 2030 ao desmatamento ligado à importação de produtos agrícolas ou florestais não sustentáveis.
O “plano de proteína vegetal” poderá, em particular, ajudar a financiar ferramentas para produção, armazenamento e distribuição de leguminosas, compra de sementes pelos criadores para aumentar a densidade proteica da forragem ou mesmo investigação de variedades.
Nova ordem mundial
Um orçamento mais modesto (3 milhões de euros) será destinado a promover o consumo de leguminosas, em particular pelas crianças, de acordo com as recomendações nutricionais.
Este plano era esperado pelo setor agrícola francês, quase dois anos depois de o presidente Emmanuel Macron ter anunciado, no Salão da Agricultura de 2019, o desejo de “trazer um ambicioso plano de proteínas para o continente europeu”.
A proposta de Macron é sair do antigo equilíbrio induzido por um acordo comercial negociado na década de 1960, que atribuía às Américas a produção de proteínas vegetais (soja, canola) e a de amido (trigo, cereais) à Europa.
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Fonte:

G1 > AGRO

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