Indicador divulgado pela Fiesp chegou a 127 pontos entre julho e setembro, quando não havia no radar a possibilidade de uma segunda onda da Covid-19 no país, o que atualmente já gera preocupação. Caso confirmada, confiança pode retroceder. Produção de soja em MT
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O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro) alcançou o recorde de 127 pontos no terceiro trimestre deste ano, alta de 15,3 pontos ante o trimestre imediatamente anterior, com melhora na percepção de recuperação econômica do país em meio à pandemia.
O resultado do indicador foi divulgado nesta terça-feira (24) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a CropLife Brasil.
Ipea corta expectativa de crescimento do PIB agropecuário de 2020 e 2021
Comparado ao desempenho do mesmo período de 2019, o ICAgro registrou alta de 11,9 pontos.
Segundo a metodologia do indicador, resultados acima de 100 pontos demonstram otimismo no setor e abaixo deste patamar, pessimismo.
“Em setembro, quando foram realizadas as entrevistas para o índice, crescia a percepção de que problemas causados pela Covid-19 no país estavam sendo superados e a melhora da percepção sobre a economia brasileira reforçou a confiança no agronegócio”, disse o levantamento.
No entanto, a análise ressalta que é “fundamental” considerar a influência de instabilidades que podem mudar o cenário econômico.
“As entrevistas foram concentradas em setembro, e não havia no radar a possibilidade de uma segunda onda da Covid-19 no país, o que atualmente desponta como uma preocupação. Caso confirmado, isso pode afetar de forma negativa os negócios e a confiança na economia”, disse em nota o diretor do Departamento do Agronegócio da Fiesp, Roberto Betancourt.
O segmento das indústrias do agronegócio manteve a trajetória de crescimento iniciada na análise anterior, com alta de 13,8 pontos, para 122,9.
A confiança das empresas de insumos agrícolas aumentou pelo terceiro trimestre consecutivo, saindo do pessimismo observado no primeiro trimestre (86,2 pontos) para 122 pontos no atual levantamento.
“As relações de troca por insumos estavam em bons patamares para os produtores rurais, estimulando a negociação antecipada de fertilizantes e de parte dos defensivos não só para a safra atual como também para a próxima temporada”, afirmou o presidente executivo da CropLife Brasil, Christian Lohbauer.
Ele ressaltou, porém, que em alguns momentos do trimestre anterior a desvalorização do real chegou a dificultar o andamento da comercialização de insumos. “Caso o câmbio permaneça alto poderá dificultar os planos das empresas desse setor em 2021”, alertou.
Dentro da porteira, o índice do produtor agropecuário (que inclui o pecuarista e o agricultor) fechou o terceiro trimestre em 132,7 pontos, com alta de 17,5 pontos.
A percepção a respeito das condições do próprio negócio melhorou devido a uma série de aspectos, como o aumento dos preços dos produtos agropecuários e a disponibilidade de crédito.
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